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Polícia

Sequestrados foram mortos a tiros 48 horas antes de corpos serem encontrados

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A angústia da família quase uma semana após o sequestro de dois jovens em São Leopoldo terminou de forma trágica no final da tarde de domingo (4). Os corpos de Diego Lasch, 29 anos e o sobrinho dele, Carlos Lasch, 20, foram encontrados enterrados em uma área próxima às bombas do dique, na Vila Paim, em São Leopoldo.

Os dois foram sequestrados na última segunda-feira (29), quando estavam em casa, na Rua Carlos Augusto de Souza, no Loteamento Jardim Fênix, no bairro Campina, por volta das 22 horas. Três homens armados, um deles encapuzado, teriam chegado no endereço em um veículo de cor escura. Além dos dois jovens, também mulheres e crianças estavam na casa no momento do ataque.

Foto: Arquivo Pessoal

De acordo com as testemunhas, o trio entrou no local dizendo que teria de levar duas pessoas. Um dos suspeitos ainda teria feito menção de raptar uma das crianças, de 10 anos, que estava na casa, no lugar de um dos adultos. Após a rápida ação, os suspeitos fugiram do local com as vítimas sem roubar nada. Conforme o delegado da 2ª DP de São Leopoldo, Rodrigo Zucco, responsável pela investigação, o crime está ligado com o tráfico de drogas. “Eles foram sequestrados por conta de divergências de quadrilhas de uma mesma facção”, afirma Zucco.

O delegado diz que a apuração do caso aponta como mandante do crime Márcio Fabiano de Carvalho, o Márcio Gordo, que se encontra no sistema prisional. “As vítimas teriam envolvimento na morte de um dos primos do criminoso”, afirma o delegado. Zucco revela que os sequestradores chegaram a pedir R$ 10 mil de resgate para a liberação de Diego e Carlos. O valor chegou a ser pago pela família, mas apesar disso os dois foram executados.

De acordo com o delegado a perícia apontou que os jovens foram mortos a tiros e os corpos desovados no local 48 horas antes de serem descobertos e desenterrados pelos bombeiros. Família contesta versão da polícia Consternada com o crime a família das vítimas contesta a versão dada pela polícia.

Irmã de Diego e tia de Carlos, Jocasta Lasch, reforça que os jovens eram trabalhadores, e que não tinham envolvimento com tráfico de drogas ou homicídios. “Diego tinha passagem por posse de entorpecentes pois era usuário de maconha. Já o Carlos não tinha nada. Eles não eram envolvidos com facção nem com a morte de ninguém.

Estão difamando o caráter e a boa índole deles. Eram meninos bons, com corações enormes. Além de toda a desgraça que ocorreu na minha família ainda temos que lidar com comentários maldosos, de pessoas dizendo que mereceram este fim. Ler este tipo de coisa machuca ainda mais”, desabafa.

De acordo com Jocasta a família acredita que os jovens tenham sido sequestrados e mortos por engano.

Conforme ela, a família não conhecia o traficante chamado de Márcio Gordo. “Só ouvimos falar dele através dos jornais. Acredito que eles tenham sido sequestrados por pensarem que a família tinha dinheiro. Este é o único motivo que vejo para ter acontecido tudo isso, a ganância humana”, opina.

“Esperamos que os culpados paguem pelo que fizeram, pois o valor pedido pelo resgate foi dado e mesmo assim mataram os meninos”, diz. Até a manhã desta segunda-feira (5) a família aguardava a liberação dos corpos no Instituto Médico Legal (IML). Ainda não havia informações sobre local e horário de enterro e sepultamento.

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