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Polêmica: video que mostra cães levando choque em Chapecó vira assunto nacional

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Caso ocorreu em Chapecó e mobilizou polícias de SP e SC; famosos reagiram às publicações e autora do vídeo deve prestar depoimento nesta terça

Um vídeo que mostra uma mulher de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, rindo enquanto seus cães levam choques em uma cerca elétrica, viralizou nas redes sociais, nesta segunda-feira (22). O vídeo chegou até o delegado da Polícia Civil e deputado estadual em São Paulo, Bruno Lima, defensor das causas animais e ganhou ainda mais destaque.

 

 

As imagens mostram Tatiane Favaretto Giuriatti, de 34 anos, que mora no interior do município, na comunidade Colônia Bacia. Ela ri e conta que precisou colocar uma cerca elétrica em volta da calçada externa da casa para evitar que os cães pisassem com as patas sujas de barro. O vídeo gerou polêmica e levantou a possibilidade de maus tratos aos animais.

A publicação no Instagram do delegado Bruno Lima recebeu mais de 145 mil curtidas e mais de 40 mil comentários. Quem se manifestou também foi a protetora dos animais Luísa Mell.

Em uma segunda publicação sobre o mesmo caso, Lima questiona: “Essa é a sua forma de educar os cachorros? A nossa forma de educar você é fazendo você responder pelo crime de maus-tratos”.

A publicação também teve grande repercussão, inclusive com comentários de perfis de famosos, entre eles o das atrizes Paolla Oliveira, Heloísa Perisse e Sophia Abrahão.

 

 

 

Inquérito instaurado
Em Chapecó, o delegado da 3ª DP (Delegacia de Polícia Civil), Danilo de Silva Fernandes, afirma que um inquérito policial já foi instaurado para investigar o caso. De acordo com ele, Tatiane deve prestar depoimento nesta terça-feira (23).

Segundo Fernandes, a denúncia também chegou até a DP, assim como ao conhecimento do delegado Bruno Lima, em São Paulo, onde o vídeo viralizou nacionalmente.

“Caso o crime de maus-tratos seja comprovado, a pena pode ser de 2 a 5 anos de reclusão, multa e proibição de guarda dos animais”, explica o delegado da 3ª DP de Chapecó. O caso segue sendo investigado.

Contraponto
Tatiane disse ao ND+ que as duas cachorras, Amora e Lilica, da raça boxer, foram adotadas há cerca de 12 dias. Os animais foram resgatados de uma mecânica onde viviam em um espaço pequeno. Além das duas cachorras, Tatiane também tem outros seis cães, sendo cinco adotados da rua.

Vídeo for compartilhado nas redes sociais. – Foto: Reprodução
Vídeo for compartilhado nas redes sociais. – Foto: Reprodução
Questionada sobre a forma de educar os cães com o fio que dá choque, ela disse que é comum usar a técnica em animais de porte grande, como boi, vaca, cavalo, e que o choque é de pequena voltagem.

“Nesse fio, em um primeiro momento, eles vão tentar passar, levam o choque e depois sabem que não podem se aproximar. Como a Amora e a Lilica estão comigo há poucos dias, eu tentei de todas as formas para que elas não subissem na calçada, por isso usei a cerca”, conta.

Tatiane garante que os animais não se machucam ao encostar na cerca porque o choque é de no máximo 12 volts.

“Os cachorros não se machucam porque é um choque fraco. Eu estou de boa, não fiz nada de errado, inclusive as cadelas vêm atrás de mim”, relata. Ela vai prestar esclarecimentos nesta tarde de terça-feira (23) na presença de um advogado.

Tatiane é agricultora e conhecida por seus posicionamentos nas redes sociais – no Instagram ela soma 22,9 mil seguidores. Concorreu ao cargo de vereadora em Chapecó nas eleições de 2020 pelo PP (Partido Progressista) e teve 601 votos, ficando como suplente de vereador. Desde que o vídeo viralizou, ela perdeu mais de mil seguidores.

Formas de adestramento
Para o adestrador Vagner Ribeiro, há outras formas de ensinar os animais sem provocar algum tipo de dor. Ele comenta que, infelizmente, muitas pessoas ainda usam esse tipo de técnica, mas não para adestramento e sim para punição.

“Usam coleiras de choque ou cerca que dá choque mais do que a gente imagina. Para adestramento, particularmente, acho uma crueldade, porque ele não aprende, na verdade ele fica com medo. Se tem uma casa com calçada o certo seria limitar para o animal não invadir e recompensar com um petisco caso o animal entenda o comando, mas o adestramento é algo que requer tempo”, esclarece o profissional.

Além disso, Vagner explica que o resgate de animais é bem mais do que tirar o animal da rua, mas sim reabilitá-lo.

“A reabilitação é tratar a saúde do animal, castrar, microchipar e fazer um trabalho de reabilitação comportamental. Quase 95% dos cães que são resgatados vem com muito medo e a reabilitação é tirar esse medo e se adaptar a família”, conclui.

Com informações ND+/ Chapecó.Org

 

 

 

 

 

 

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