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Cotidiano

Pais de quatro: casal adota três meninas e descobre gravidez

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O quarto decorado e os brinquedos espalhados pelo cômodo mostram que as crianças já estão em casa: desde dezembro, um lar de Joinville, no Norte de Santa Catarina, tem três novas moradoras e um quarto integrante ainda está a caminho para completar a família.

Era meado de 2021 quando Andreia Baldissera e Joabi Neves Moares decidiram adotar. O que eles não esperavam é que o processo fosse tão rápido: poucos meses depois, chegou a notícia de que o casal poderia adotar três irmãs que viviam em um abrigo.

“Foi um baque porque não imaginávamos que viesse tão rápido. Todo mundo falava que a fila da adoção demorava muito e nós achávamos que ia demorar mais”, conta Andreia. Mas a surpresa não parou por aí: nesse meio tempo, o casal também descobriu a gravidez.

Foto: Alfa Stofelli/NDTV

E agora, como ficam as coisas com quatro crianças? “Foi uma coisa que o próprio Fórum perguntou: ‘vocês, mesmo sabendo que estão grávidos, vão querer continuar com a intenção da adoção’? E nós dissemos que com certeza”, relembra Joabi.

A partir daí, o amor só se multiplicou: “a gente está muito feliz. Cada coisa que a gente aprende, que as meninas trazem pra gente, é uma alegria. Tu vê a alegria genuína delas e isso é muito bom, aquece o coração”, conta a mãe.

Rapidez na adoção a partir de banco de dados integrado

Em Santa Catarina, há mais de 1.300 crianças e adolescentes acolhidos e quase 300 aptos para a adoção. Do outro lado, são quase 3 mil pessoas prontas para adotar. Por que, então, não estão todos adotados?

A resposta tem muito a ver com a opção dos pretendentes, que costumam preferir crianças mais novas ou sem irmãos. Assim, várias outras continuam na fila, algumas por vários anos.

“São crianças acima de dez anos, adolescentes, crianças com demandas de saúde ou grupos de irmãos muito grandes, com quatro ou circo irmãos”, conta Mariane Sauer, assistente social do Tribunal de Justiça.

Foi pensando em dar mais visibilidade às crianças para as quais não há pretendentes cadastrados no método tradicional que o TJ criou, em 2018, o sistema de busca ativa, um banco de dados que integra pessoas que querem adotar a essas crianças e adolescentes.

“O sistema permite que o próprio pretendente veja essas crianças que ainda não têm ninguém para adotá-las. Isso dá visibilidade e faz, muitas vezes, com que o pretendente que gostaria de adotar uma criança pequena se identifique com uma criança maior e desperte o desejo de adotar”, diz.

Para ter acesso a esse sistema, as pessoas seguem o rito tradicional: é preciso se cadastrar, entregar a documentação, passar por entrevista psicossocial e fazer curso de preparação para adoção para, enfim, ter acesso ao sistema.

“Mas uma vez que tem acesso, tudo ocorre de forma muito rápida. Se a pessoa manifesta o interesse em adotar, nós rapidamente vamos entrar em contato e dar início aos procedimentos”, ressalta Mariane.

Foi o que aconteceu com Andreia e Joabi. “O pessoal fala ‘que gesto bonito que vocês fizeram’, mas não é um ato de bondade. A gente tem tanto amor envolvido que queria disseminar esse amor em outras pessoas. Elas falaram ‘papai’ e ‘mamãe’ e, já no Fórum, aquilo quebrou qualquer tipo de barreira”, se emociona o pai.

E com a chegada de mais um integrante nos próximos meses, o novo lar das meninas se abre para ainda mais amor. “Deus não manda filho errado pra casa de ninguém. Quando o teu filho chega, independentemente do jeito, era pra ser teu. As pessoas falam que as meninas têm sorte, mas sorte temos nós que ganhamos três filhas e esperamos a quarta”, complementa a mãe.

Foto: Alfa Stofelli/NDTV

Fonte: ND Mais

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