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O Povo Pelo Povo: A realidade dos mais vulneráveis nas enchentes – Um Artigo de Elinton Machado

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Vinte dias após as devastadoras enchentes que assolaram o Vale do Taquari, tive a oportunidade de passar alguns dias nas áreas afetadas, auxiliando no que fosse possível. O que vi foi uma realidade dura e cruel, onde os mais vulneráveis, aqueles que já tinham menos, são os que mais perecem. Infelizmente, essa situação reflete a realidade de todo o estado do Rio Grande do Sul.

Ao caminhar pelas ruas do bairro Navegantes, em Encantado, o cenário de destruição é evidente. Casas em ruínas, ruas cobertas de lama e água suja, um odor insuportável no ar. Mas o que mais me tocou foi a ausência do Estado. Não há presença de autoridades locais ou estaduais oferecendo suporte. Quem está fazendo a diferença são os voluntários de outros municípios que, movidos pela solidariedade, estão garantindo a sobrevivência dessas pessoas com a doação de alimentos e outros itens essenciais.

Uma frase que ouvi repetidamente nesses últimos dias é “o povo pelo povo”. E é exatamente isso que está acontecendo. Cidadãos comuns estão se unindo, organizando doações, preparando e distribuindo alimentos, e prestando o suporte necessário. É um verdadeiro exemplo de empatia e solidariedade em um momento tão crítico.

Além das pessoas, os animais também sofrem. Vi muitos cães famintos e sedentos vagando pelas ruas. O olhar de desespero desses animais é um reflexo do abandono e da falta de recursos que todos enfrentam.

Essa tragédia escancara a vulnerabilidade das classes menos favorecidas. São eles que, sem recursos e suporte adequado, enfrentam as piores consequências de desastres como este. A ausência do poder público não pode ser ignorada. É fundamental que as autoridades reconheçam sua responsabilidade e atuem de forma eficiente para garantir que todos, independentemente de sua classe social, recebam o apoio necessário para se reerguerem.

A realidade é dura, mas a solidariedade do povo traz esperança. É preciso reconhecer e valorizar esses esforços, mas também cobrar ações concretas e eficazes das autoridades. Não podemos permitir que os mais vulneráveis sejam sempre os mais esquecidos.

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