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Número de mortos após passagem de ciclone na África passa de 700
O número de mortos após a passagem do ciclone Idai na África já passa de 700. Moçambique notificou mais mortes neste sábado (23). As inuncações mataram pelo menos 732 pessoas e deixaram milhares de pessoas desesperadas por ajuda, muitas em telhados e árvores.
O ciclone Idai atacou a cidade portuária da Beira com ventos de até 170 km/h na semana passada, depois passou pelo o interior do continente, no Zimbábue e Malaui, deixando populações inundadas e devastando casas.
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Saiba como ajudar vítimas do ciclone
O número de mortos em Moçambique subiu de 242 para 417, disse o ministro de Terras e Meio Ambiente, Celso Correia.
“A situação está melhorando, ainda é crítica, mas está melhorando”, disse ele a repórteres no aeroporto de Beira, que se tornou um centro de operações de ajuda.
A tempestade também matou 259 pessoas no Zimbábue, enquanto no Malaui 56 pessoas morreram em fortes chuvas antes do ciclone.
Nos três países, os sobreviventes estão cavando escombros para procurar vítimas e buscando por abrigo, comida e água, enquanto governos e agências de ajuda correm para ajudar.
“Toda a nossa comida ficou molhada, não sabíamos para onde ir com as crianças. Não temos nada”, disse Mimi Manuel, uma mãe de quatro filhos que perdeu a casa e estava sentada no chão de um abrigo improvisado numa escola primária na Beira.
No refúgio, as famílias cozinhavam com madeira de árvores arrancadas pela tempestade, enquanto crianças brincavam em torno de mesas escolares maltratadas. Manuel usava um colar com a palavra “Esperança”.
Casas destruídas
“Quando tudo começou, as pessoas começaram a gritar”, disse outra sobrevivente, Dina Fiegado, 18 anos, descrevendo como os pedaços de pau estouraram e paredes ásperas desmoronaram na comunidade da Praia Nova, onde moradores disseram que cerca de 50 pessoas morreram.
“Algumas pessoas tentaram escapar, algumas pessoas tentaram ficar em casa”, disse.
O ministro moçambicano disse que cerca de 1.500 pessoas precisavam de socorro imediato de telhados e árvores. Helicópteros e barcos transportam pessoas para a segurança.
Novo risco
O escritório humanitário das Nações Unidas alertou que mais inundações podem ocorrer quando fortes chuvas inundam o interior da área da Beira e barragens próximas, que ameaçam explodir novamente os rios Buzi e Pungoé.
“Teremos que esperar até que as águas da enchente retrocedam para se conhecer a extensão total dos estragos sobre o povo de Moçambique”, disse Sebastian Rhodes Stampa, coordenador do Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).
Alguns casos de cólera foram relatados.
Deixados sem nada, muitos sobreviventes estavam preocupados com o futuro, enquanto outros lamentavam as perdas.
No necrotério central da Beira, Mika Masseera, de 56 anos, lamentou por sua mãe severamente enfraquecida, Sumbo Mufucho, 73 anos, que morreu no hospital após um resgate depois de se agarrar a uma árvore por dois dias cercada por inundações.
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