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Menina morta pelo pai em SC tentou defender irmãos de ataque, diz MP

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A menina, Alexia Zuchinalli, 13 anos, estava no quarto com os cinco irmãos e irmãs, quando o pai, Alex Zuchnalli, 39 anos teria entrado no cômodo e iniciado os ataques com faca. Alexia, então, teria ido para cima do pai, para que os irmãos conseguissem sair e fugir para fora de casa em Criciúma, no Sul de Santa Catarina.

Alexia teria defendido os irmãos de ataque do pai e acabou morta em Criciúma – Foto: Divulgação ND

Após atacar a menina, Alex teria ido para a rua tentar fazer com que as outras crianças de cinco, sete, oito, 10 e 11 anos entrassem em casa. Sem sucesso ele teria colocado fogo no imóvel e consumado o crime bárbaro.

Esse é o cenário descrito na denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) que foi ajuizada nesta quinta-feira (26). Alex foi preso pela Polícia Militar (PM) um dia após o crime ocorrido na sexta-feira (13). Após fugir, na manhã do dia seguinte ele voltou a casa.

Detalhes de um crime bárbaro
Um dos motivos para o ataque seria o término do relacionamento com a esposa. A mãe das crianças teria fugido duas semanas antes do crime. Já que ele seria muito violento. Haviam cerca de 18 boletins de ocorrência registrados contra ele por violência doméstica.

“Antes de sair de casa e deixar as crianças, com minha mãe responsável. Eu não fui embora com ninguém e sim me abrigar em uma casa até a polícia pegar ele. Onde eu estava não tinha como levar eles. Por isso eles estavam com minha mãe sob cuidados. Eu corria risco de vida”, escreveu ela em uma rede social.

De acordo com a denúncia da 13ª Promotoria de Justiça da Comarca de Criciúma, ao ver o ataque do pai Alexia teria se colocado entre ele e os irmãos. Neste momento, ele a teria segurado pelos cabelos e a golpeado com facadas na região do tórax.

Graças a intervenção de Alexia que era a irmã mais velha, as outas duas meninas e os três meninos teriam conseguido reagir e escapar correndo para fora de casa.

Após chamar as crianças para entrarem, sem sucesso, Alex teria ateado fogo na casa próximo de onde a adolescente estava. Debilitada devido as facadas, Alexia ainda teria auxiliado um dos irmãos, que estava com um corte no joelho, a sair antes que o incêndio tomasse conta do imóvel.

A perícia indicou que ela ainda estava viva quando as chamas iniciaram, sendo a causa da morte inalação de fumaça e os golpes de faca. A denúncia do MP, destaca que as crianças tiveram poucas chances de se defender. Já que não esperavam ser agredidas pelo próprio pai, que, além disso, era bem maior e mais forte do que as crianças mais novas.

MP denuncia pai por diversos crimes
A promotora de Justiça, Andréia Tonin, após análise dos autos concluiu por denunciar Alex por seis homicídios qualificados (três feminicídios) – sendo um consumado e cinco tentados. O acusado foi denunciado, ainda, pelo suposto crime de incêndio. Confira as denúncias:

Morte de Alexia – homicídio com as qualificadoras de feminicídio – por ter sido praticado contra uma vítima do sexo feminino, por razões relacionadas à sua condição feminina e dentro do contexto de relação familiar – por motivo fútil, com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e por meio cruel, pelo uso do fogo para matá-la.
Ataque contra as filhas de 11 e 10 anos: dois homicídios tentados qualificados como feminicídio, com uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas e por motivo fútil.
Ataque contra os três filhos de cinco, sete e oito anos de idade: três homicídios tentados qualificados por motivo fútil e uso de meios que dificultaram a defesa das vítimas.
Incêndio criminoso – com o agravante de ter sido provocado em uma residência habitada e colocando risco a outros bens móveis e imóveis próximos e à vida de outros.
Pai afirma não lembrar de crime
Usuário de drogas, Alex foi preso na manhã seguinte do crime pela PM. Em depoimento na Central de Plantão Policial (CPP), ele apenas disse que estava fazendo comida e não se recordava dos crimes.

“Ele não deu a motivação e não fez confissão de forma direta, só indireta. Ele informou que estaria na residência com as crianças e que em princípio seria isso. Não se recorda com relação aos homicídios praticados por ele no interior da residência”, explicou o delegado Fernando Pagani Possamai.

Usuário de drogas, de acordo com a PM, ele estava totalmente alterado no momento da prisão. Alex tinha trabalho fixo em uma empresa da região. Ele tinha passagens policiais, também, por furto, lesão corporal, posse de drogas e tentativa de homicídio.

A reportagem do portal ND+ não localizou a defesa de Alex. O espaço está aberto para manifestação.

Família busca se reestruturar após crime

Atualmente, a mãe e as crianças vivem em uma casa através do aluguel solidário da Prefeitura de Criciúma. Como a casa foi destruída no incêndio, a família busca se reestruturar física e emocionalmente do crime.

Por este motivo, os alunos da Escola Municipal Oswaldo Hülse e colegas de Alexia iniciaram uma campanha de doação em Criciúma.  A ideia surgiu na semana seguinte ao crime ter sido registrado.

“A campanha é para que sejam arrecadados itens de todas as formas de funcionalidade da mãe, do dia a dia, como calçados e roupas para as crianças”, comenta. “Precisam de guarda roupa, ventilador, pia, alimentos, produtos de higiene e limpeza, entre outros”, explicou a diretora da escola, Karlis Rejane Fernandes da Silva.

Duas psicólogas da Secretaria de Educação acompanham e dão suporte aos alunos e aos irmãos da adolescente que, também, estudam no local. Mais informações e doações podem ser obtidas através do telefone da Escola- (48) 3439-9706.

 

Créditos: ND Mais

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