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Leite ameaça cortar ponto de professores em caso de greve por reajuste

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Mesmo sem os professores estaduais terem sinalizado que entrarão em greve, o governador Eduardo Leite (PSDB) já deixou claro que qualquer tentativa de paralisação da categoria será punida com o corte no ponto dos trabalhadores que aderirem.

Foto: Divulgação

Em coletiva de imprensa que antecedeu sua palestra em reunião-almoço com empresários na Federasul nesta quarta-feira (8), Leite foi questionado sobre a possibilidade de greve durante a campanha pelo reajuste salarial — a categoria pede 14,95% para todos os professores e educadores, enquanto o governo propõe 9,45% apenas para professores da ativa e inativos com paridade. E respondeu:

“Entendo o papel do sindicato, paralisações que fizerem terão o ponto cortado. Eu insisto, nós levamos três anos para fazer uma composição no episódio passado de paralisação com pagamentos de dias parados. A minha disposição não é de fazer composição sobre dias parados. Dia parado é perdido, não trabalhado, e vamos fazer o corte do ponto desses trabalhadores que não estiverem trabalhando. Respeito o direito de ganhar mais, mas preciso garantir o serviço prestado e serviço prestado são as escolas abertas para nossas crianças e jovens”.

Em resposta nas redes sociais, o Cpers afirmou que a manifestação era absurda e se tratava de uma ameaça.

“O governador Eduardo Leite (PSDB) ameaça punir a categoria, formada majoritariamente por educadoras, anunciando em pleno 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, cortar o ponto daqueles que realizarem paralisações por reajuste de 14,95% para todos(as). Não curvaremos a espinha a mais este ataque do governo! A nossa luta é legítima. Dinheiro tem, é preciso vontade política e valorizar a educação e os educadores(as) gaúchos”, diz manifestação do sindicato.

No entanto, os professores ainda não indicaram a possibilidade de greve em 2023. Em assembleia geral do Cpers realizada na última sexta-feira (3), a categoria aprovou reforçar a mobilização junto a Assembleia Legislativa, onde tramita a proposta do governo, para garantir o reajuste de 14,95%.

O corte no ponto foi adotado pelo governo quando os professores realizaram greve no primeiro ano da gestão de Eduardo Leite, em 2019 — encerrada no início de 2020 –, mesmo os dias parados tendo sido recuperados. Os educadores só foram compensados após acordo firmado em outubro de 2022 com o então governador Ranolfo Vieira Júnior e quando Leite estava às vésperas do segundo turno da eleição estadual.

A respeito do reajuste proposto, Leite disse que “adoraria” conceder um índice maior, mas que ele não é compatível com a realidade financeira do Estado. Neste sentido, reforçou o argumento de que a situação foi comprometida pela redução das alíquotas do ICMS sobre energia e combustíveis promovida unilateralmente pelo governo de Jair Bolsonaro às vésperas das eleições.

 

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