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Golpe do emprego: a cada minuto duas vagas falsas são enviadas para celulares

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Está cada vez mais difícil encontrar alguém que nunca tenha recebido no celular uma mensagem, via SMS, WhatsApp ou direct message nas redes sociais, com a oferta de uma tentadora — e falsa! — vaga de trabalho. O motivo é que, a cada minuto, dois golpes desse tipo são aplicados no Brasil, informa Marco de Mello, CEO da PSafe, no blog da empresa de segurança digital.

Esses golpes existem por um simples motivo: eles dão certo. Há anos, hackers e golpistas com um bom conhecimento de programação para dispositivos móveis contam com um ambiente favorável à prática desse tipo de fraude, e o número de tentativas e de vítimas só aumenta. Segundo levantamento da empresa PSafe, entre setembro de 2021 e fevereiro de 2022, foram detectadas mais de 600 mil tentativas de fraude, uma média de 120 mil por mês.

Os golpes mais enviados para celulares atualmente usam o nome de empresas grandes e conhecidas, oferecem vagas que exigem pouca ou nenhuma qualificação, com promessa de flexibilidade de horário, possibilidade de trabalho em home office e remuneração que pode ultrapassar os R$ 5.000. Na maioria das vezes, quem recebe a mensagem já foi selecionado, mas ainda precisa fazer “mais alguma coisa”, e é aí que está o golpe.

Mensagens com falsas ofertas de vagas de emprego chegam por SMS e WhatsApp  Foto: PIXABAY

Essa “tarefa a mais” pode ser algo bem simples, como clicar em um link, que provavelmente vai direcionar a pessoa para um site falso, com uma ficha de cadastro a ser preenchida, e assim todos os dados pessoais do “candidato” serão armazenados. Ou, então, o link vai permitir o download de algum software que acessará os aplicativos que guardam informações salvas no celular, inclusive confidenciais, como as bancárias.

Também há casos em que o dono do aparelho perde o acesso à própria conta dos aplicativos de mensagens instantâneas (WhatsApp e Telegram) ou das redes sociais. Depois, elas são usadas pelos impostores para extorquir pessoas da rede de contatos da vítima. Outra possibilidade é o fraudador convencer o usuário a fazer um pagamento por transferência bancária ou Pix referente a um exame admissional, curso ou treinamento, mesmo sem ter sido contratado. A criatividade de quem comete esse tipo de crime não tem limites.

Quem está em busca de trabalho não deve acreditar em ofertas que parecem boas demais. O diretor da empresa de RH Brasil Factorial alerta para mais indícios que podem ajudar a identificar as fraudes. “Geralmente, quem está procurando emprego não é acionado para vagas às quais nunca se candidatou. Esse é um ponto importante”, diz. Conde também afirma que os valores oferecidos como salário e o ganho por hora, que aparecem nesses anúncios, são elementos que distanciam as ofertas falsas das seleções para empregos reais.

Ele assume que a comunicação por WhatsApp pode realmente acontecer. “Só que isso vai ser num segundo momento do processo, em uma continuidade, e não vai requerer nenhum aporte financeiro. Pode acontecer de o candidato fazer uma entrevista virtual e no mesmo dia receber uma mensagem, mas informações sobre horário e salário não são passadas assim, logo no início, nessa informalidade.”

 

Proteção

Mas será que, com tantos avanços tecnológicos, ainda não foi criada alguma ferramenta para impedir esse tipo de golpe? Todd More, vice-presidente de soluções em criptografia da Thales, empresa francesa de sistemas de informação e serviços de defesa e de segurança, diz que existem algumas opções, mas nem todas estão disponíveis para pessoas físicas.

O especialista explica que os usuários são a parte vulnerável porque estão sujeitos a clicar em um link perigoso que pode danificar o aparelho ou algum aplicativo importante. Dessa maneira, são as pessoas que dão aos hackers o acesso aos próprios dados e permitem que eles roubem suas contas e senhas. Portanto, grande parte da segurança dos dados e do smartphone está nas mãos do próprio consumidor.

O golpe da falsa vaga de emprego no Brasil está entre os dez mais comumente aplicados, mas não é o mais frequente. No topo da lista está a falsificação de boletos enviados digitalmente. Mesmo assim, ele prejudica empresas e cidadãos. “É um tipo de fraude que tem ficado cada vez mais profissional. Acredito que esses golpistas atuem em diversas frentes, porque têm muita criatividade e sabem explorar o desespero das pessoas. Eles sabem aproveitar a vulnerabilidade de um trabalhador que está em busca de uma oportunidade, que precisa de emprego”, analisa Renan Conde, da empresa Brasil Factorial, que presta serviços de recrutamento, seleção e gestão de recursos humanos para 63 mil clientes em todo o mundo.

 

Fonte: R7

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