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Família do tráfico: mãe, irmão, filho, padrasto e até avó atuavam em esquema de venda de drogas

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Um dos principais pontos de venda de droga em Frederico Westphalen, localizado no bairro Fátima, apresentou uma peculiaridade durante as investigações da Polícia Civil. O local, chefiado por uma mulher, empregava toda a família no esquema, inclusive o próprio filho, na época com 15 anos.

Foto: Arquivo PC/Divulgação)

As diligências da polícia iniciaram por volta em 2021, depois de um significativo aumento de ocorrências registradas no local, conhecido especialmente pela venda de crack. Ao longo do inquérito, foram 34 ocorrências criminais atendidas pela Brigada Militar, entre apreensões de usuários, de drogas e dinheiro para depósito em contas ligadas a facções criminosas, que totalizaram cerca de R$ 25 mil.

Como resultado, a polícia deflagrou a operação Atena, em setembro do ano passado, que contou com a prisão de 12 pessoas e no cumprimento de 19 mandados de busca e apreensão, entre celulares, dinheiro e drogas. O material apreendido trouxe novos desdobramentos ao caso.

Inicialmente, quatro pessoas ligadas à família haviam sido denunciadas: a mulher apontada como chefe, seu irmão, seu companheiro e o padrasto. Mas as novas provas coletadas na operação deram conta de que mais familiares atuavam no tráfico. A mãe da mulher, sua vó, o filho, pego com droga, além de um vizinho também foram incluídos no processo.

De acordo com a polícia, nenhum dos ligados ao esquema tem qualquer profissão lícita, ou seja, viviam integralmente com a renda provinda do tráfico. “Não há qualquer pudor, todos vão para o crime. São profissionais. O filho, na época com 15 anos, foi pego vendendo em vários locais da cidade”, ilustra o delegado Jacson Boni. Pelo trabalho, o adolescente era pago em droga.

A ligação da mulher com o mundo do crime é antiga. Ao todo, ela soma seis passagens pelo sistema prisional. A primeira foi em 2014, por furto. Já as outras cinco são todas por tráfico. Desde 2021, ela segue presa. “São gerações no crime. O marido era quem comandava o local, mas em 2018 ele foi executado por integrantes de facção, foi quando ela assumiu o local”, explica Boni.

Dos oito denunciados, três estão presos. Além da mulher, seu irmão e o padrasto estão no sistema prisional. O ex-namorado está foragido. Os outros quatro respondem em liberdade, enquanto aguardam a realização da audiência de instrução e julgamento. O adolescente responde por ato infracional. Por ser menor de idade, não será preso. Ao todo, o Ministério Público juntou 21 testemunhas no processo, que serão ouvidas na audiência.(

De acordo com o delegado, a polícia segue atuando e novas prisões não estão descartadas. “É importante que a população saiba que estamos atuando para reprimir isso. Sabemos que, depois que alguns são presos, outros assumem no lugar, mas o trabalho não para e essas ações da polícia garantem que o crime não cresça e chegue em outras áreas da cidade”, esclarece o delegado.

Os acusados respondem pelos crimes de tráfico de drogas, associação ao tráfico e corrupção de menores, e as penas de cada um podem chegar, no mínimo, a 10 anos de prisão.

Fonte: Jornal O Alto Uruguai

 

 

 

 

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