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Polícia

Delegado mata cachorro com tiro na rua em São Luiz Gonzaga

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Um delegado de Polícia Civil matou um cachorro com um tiro no fim da manhã deste sábado (22) em São Luiz Gonzaga, Noroeste do Rio Grande do Sul. Ele alegou ao G1 que “não tinha o que fazer”, pois achou que o animal “iria atacar”. A dona do cão registrou ocorrência na delegacia da cidade, e o caso será investigado. Ela relatou que seu bicho de estimação era da raça labrador, tinha 15 anos e problema na coluna. O nome dele era Marley.

Foto: Katyusse Gabert/Arquivo pessoal

“Estava no meu quarto, quando saí correndo e vi a cena do meu cachorro morto e minha mãe chorando”, conta Katyusse Gabert.

A mãe dela, Luciane Gabert, foi quem registrou o boletim na delegacia. Ela relata que havia entrado em casa para pegar um mate, e o labrador ficou no pátio.

Dona do cachorro morto registrou ocorrência na delegacia de São Luiz Gonzaga — Foto: Arquivo Pessoal

“Ele estava no quintal na frente da casa, deitado, como de costume”, acrescenta.

Depois do disparo, Luciane saiu para ver o que tinha acontecido e encontrou Marley morto, do outro lado da rua. Katyusse viu a cena logo depois.

“Seu pulmão partiu no meio e teve hemorragia. A bala entrou pela costela e atravessou o pulmão”, conta a filha.

O delegado que atirou é Afonso Stangherlin. Ele disse que estava com o cachorro de porte pequeno de sua filha, que está sob os cuidados dele por um período, quando viu um outro cão correndo em sua direção.

“O cachorro que estava comigo estava apavorado. Quando eu percebi que ele estava perto, dei um tiro”, afirma. Depois, diz que foi até a casa da dona do labrador. “Atravessei a rua, chamei a proprietária, me identifiquei e disse que o animal iria me atacar e não tinha o que fazer.”

“No momento do disparo, não sabíamos que ele era delegado. Após a minha mãe indagar sobre o fato, ele disse para retirar o cachorro da calçada, que ele era delegado e que era para tomarmos nossas providências e que ele providenciaria as dele”, conta Katyusse.

O caso vai ser investigado pela Delegacia de Polícia Civil de São Luiz Gonzaga, cujo delegado titular é José Renato de Oliveira Moura. O G1 tentou contato na noite de sábado, mas não foi atendido.

O delegado Stangherlin também foi até a delegacia falar sobre o que aconteceu. “Não maltrato animais. Não tenho histórico de ficar dando tiro na rua”, diz, acrescentando que tem 20 anos de profissão.

“Na versão das proprietárias, o cachorro é manso. Se pegasse na minha perna, certamente teria que amputar (…) Se me pegava, me estraçalhava.”

Katyusse salienta que Marley já estava debilitado pela idade, e com a coluna machucada, conforme consta na ocorrência. Ela e a mãe não acreditam que ele poderia atacar alguém.

“Ele era extremamente dócil, um brincalhão, nunca atacou ninguém”, afirma.

Apesar de serem vizinhos, as donas de Marley e o delegado não tinham contato.

O caso chocou amigos de Katyusse e Luciane, que fizeram postagens nas redes sociais pedindo justiça.

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2 Comentários

1 Comentário

  1. Deniele Habowski

    23/06/2019 a 22:57

    Espero que por ser delegado não passe impune. Não resido mais em São Luiz Gonzaga, cidade onde nasci, mas espero de verdade, que tenham evoluido com relação a estas coisas. Que cargo, nem situação financeira, classe social, não sejam postas acima da justiça que deve ser feita.
    O cachorro vivia solto, nunca havia atacado ninguém, idoso e no local onde ficava de costume.
    Um absurdo tamanha frieza em puxar o gatilho, ainda mais sendo delegado, espera-se no mínimo mais preparo e mais consciência psicológica perante tal profissão.
    O cachorro nunca havia atacado ninguém e o delegado nenhum histórico de sair atirando.
    O delegado é racional, acredito eu que seja, portanto um cachorro que talvez tenha se movimentado, ele achou que pudesse o atacar, aí decide atirar???
    Se avaliarem os argumentos, as falas de ambas as partes, é um tanto quanto lógico demais que o delegado deva ser punido.

  2. JARISE MENDES

    25/06/2019 a 00:19

    Infelizmente o ser humano é assim , sensacionalista e ingrato! Um excelente profissional que salvou tantas vidas, que coloca diariamente a sua própria vida em risco em defesa da população pelo simples ato tem toda a sua trajetória esquecida!? Quais a chances de um cacho bem maior contra um de raça pequena? Não é comum os animais ficarem agressivos perante outros cachorros? Uma pessoa que cuidava com zelo e carinho o cachorrinho da filha que viajava , agora odeia animais? E a fé pública de um servidor fica onde? Cachorro solto na rua esta correto? Problema de coluna , mas pulou o muro? A arma é instrumento de uso diário , a afinidade com ela não justifica o uso imediato como meio de se proteger? Atirou a 10 cm não colocou outras pessoas em risco!? Foi lamentável , foi triste , mas ver a que ponto chega o ser humano com xingamentos, sensacionalismo , palavras ofensivas é pior ainda. Quem está julgando , nunca errou? devem ser pessoas muito bem sucedidas na vida, acima de falhas! Qual o prejuízo que a sociedade teria com um delegado afastado com laudo médico por uma mordida de cachorro? Olha o quanto esse profissional já fez de bom pela sociedade, por todos nós!!!! Muitos julgam sem conhecer, por frustração, por querer aparecer mesmo… pessoas infelizes digno de pena!

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