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Mistério: polícia investiga desaparecimento de caminhoneiro Gaúcho

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A perícia não indicou vestígios de sangue em três carros dos suspeitos de envolvimento no desaparecimento de Luciano Boeira Melos, 27 anos. A informação foi repassada pela Polícia Civil à reportagem do Pioneiro nesta terça-feira (29). O caminhoneiro está desaparecido desde o dia 26 de julho, quando saiu de casa, em Hortêncio Dutra, interior de Bom Jesus, para encontrar uma mulher com a qual mantinha um relacionamento. Essa mulher, o marido, o pai e cunhado dela estão presos no Presídio Estadual de Vacaria.

Foto: Arquivo pessoal

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Gustavo Costa do Amaral, inicialmente um material foi aplicado nos três carros e indicou os possíveis vestígios, que foram encaminhados ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) de Porto Alegre. Os veículos são uma caminhonete e dois carros. Apesar de a perícia não ter identificado sangue, a polícia continua investigando o caso como homicídio qualificado.

Duas armas, sendo uma do marido e outra do pai da mulher, também foram periciadas e, conforme o delegado, não tinham sangue. O delegado não informou se há indícios de que alguma das armas chegou a ser disparada recentemente.

Ainda conforme Amaral, a Polícia Civil mantém a expectativa de encontrar o corpo de Luciano a partir de coordenadas geográficas recuperadas dos celulares dos suspeitos. Ao todo, são oito aparelhos que, juntos, somam um vasto conteúdo (2oo gigabytes) que havia sido apagado e será analisado. A projeção da polícia é de que o inquérito seja concluído antes do dia 17 de setembro.

Últimos momentos antes do desaparecimento
No dia 26 de julho, Luciano fez faxina na casa em que mora, no mesmo quintal da casa da mãe, Elizete Boeira, 45 anos, na região de Hortêncio Dutra. Já passava das 19h quando a mulher ouviu o caminhoneiro saindo de moto e sem dizer para onde ia. Conforme a mãe do homem, momentos antes, ele pediu para ela fazer o jantar e já tinha guardado a moto na garagem, sem ter a intenção de sair de casa naquele dia.

Um comerciante que costuma atender a família revelou que Luciano havia feito um pedido para ser entregue naquela quarta-feira e que teria insistido pelo cumprimento da data de entrega. Eram fronhas de travesseiros e um edredom novos. A família acredita que a faxina e os itens de cama eram sinal de que ele esperava receber alguém em casa.

Assim que ouviu a moto saindo, Elizete, que recebeu a reportagem do Pioneiro no dia 4 de agosto, revelou ter sentido um aperto no peito e começou a ligar e mandar mensagens para o filho no mesmo instante. A última mensagem respondida por ele chegou precisamente as 20h39min. Entretanto, como a região é de pouco sinal de celular, não é possível saber se foi nesse horário que ele tenha, de fato, enviado a mensagem para a mãe.

Entre as últimas conversas que teve com o meio-irmão Lucas Silva, Luciano parecia animado e dizia acreditar que ficaria com a mulher. No caminho até a casa dela, que mora com o marido e os dois filhos na localidade de Caraúno, Luciano enviou uma mensagem em áudio para Lucas.

Na mensagem via WhatsApp, Luciano parece estar em um lugar com bastante ventania e diz “Ai, Teu (apelido de Lucas), bom? Só para te avisar, estou avisando só tu, fica gelo, né?! Eu estou indo lá na casa dela lá, tá? Disse que saiu de casa, que foi para a casa do pai dela, tá? Em Caraúno, tá? E qualquer coisa você sabe aonde eu estou”. Por causa do vento, o áudio fica mais nítido com fones de ouvido.

Fonte: Gaúcha ZH

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