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Polícia prende filho de dona de floricultura assassinada em Estância Velha
A investigação de um crime que chocou o município de Estância Velha, no Vale do Sinos, levou à suspeita de que o assassinato foi planejado pelo próprio filho da vítima. Dona de uma floricultura, Silvia Regina Coelho Brito, 50 anos, foi encontrada morta dentro do próprio estabelecimento na manhã de 22 de novembro. O único filho dela foi preso de forma preventiva na manhã desta sexta-feira (2), na mesma floricultura.
Foi ali que, segundo a investigação, o homem atirou contra a própria mãe e deixou o local logo depois. O corpo dela foi localizado pelo atual companheiro, que foi até o estabelecimento buscá-la para irem até São Leopoldo, como tinham combinado. O nome do filho não foi divulgado pela polícia, mas GZH apurou que se trata de Anderson Adriano Rodrigues da Silva, 30 anos.
Segundo a delegada Raquel Peixoto, uma série de indícios levou a polícia a desconfiar que o filho fosse o autor do crime. Ao longo dos últimos 10 dias, a polícia conseguiu obter imagens de câmeras de segurança, depoimentos de testemunhas, informações em aparelhos celulares e apreendeu uma arma.
— Temos muitos elementos que nos levam a crer que ele estava planejando esse crime há algum tempo. É um crime gravíssimo, de um filho contra a mãe, um crime premeditado. Ele trabalhava na floricultura com a mãe, e posteriormente a isso continuou ali, no mesmo local no qual a mãe foi morta — afirma a delegada.
As imagens de câmeras coletadas, segundo a delegada, mostram a movimentação do filho. Ele teria deixado a floricultura um tempo após o disparo, que aconteceu por volta das 11h. Nesse período, conforme a investigação, nenhuma outra pessoa ingressou na floricultura, até o corpo da vítima ser localizado.
Silvia estava caída em uma peça aos fundos da floricultura, onde costumava preparar os buquês. Tinha uma perfuração na parte de trás da cabeça, que indica que ela foi atingida por um tiro na nuca. A polícia ainda aguarda o recebimento do laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) para saber qual arma foi usada no crime.
Logo após o corpo ser localizado, a polícia confirmou que nada havia sido roubado de dentro da floricultura. Dinheiro, celular e outros objetos da vítima permaneceram no local. Isso, desde o início, enfraqueceu a hipótese de que algum assaltante pudesse ter invadido o local e matado a vítima durante o roubo. Homicídio passou a ser a hipótese mais provável, que segue investigada pelos policiais.
Dívidas
O motivo, segundo o que foi apurado pela investigação, seriam dívidas contraídas pelo filho, que teriam gerado atritos frequentes com a mãe. Testemunhas relataram desentendimentos entre os dois em razão disso. A hipótese da polícia é que o suspeito pretendia ficar com os bens da mãe, já que é filho único.
— A motivação do crime seria em decorrência dessas dívidas — afirma a delegada Raquel.
Uma carabina foi apreendida dentro da floricultura pela polícia. Quando questionado sobre a arma, o filho alegou que pertencia a outra pessoa, que havia lhe pedido para guardá-la. A arma, que não possui registro, será encaminhada para perícia, para verificar se há compatibilidade com a que foi usada para assassinar a vítima.
Falsa confissão
Durante a investigação do crime, um ex-companheiro de Silvia, pai do suspeito, chegou a ir até a delegacia de polícia e confessar o crime. Porém, conforme a delegada, o relato dele não convenceu os policiais, que passaram a suspeitar que aquela confissão poderia ser falsa, para encobrir alguém próximo. O filho chegou, inclusive, a acompanhar o pai na delegacia, durante o depoimento.
— O próprio filho foi até ele e pediu que ele confessasse porque a cidade estava comentando que ele havia praticado o crime. Então, ele fez isso para proteger o filho. Posteriormente a isso, o próprio pai voltou na delegacia e desmentiu o depoimento. Disse que não teria cometido o crime — afirma a delegada.
Após ser preso nesta manhã, o filho optou por permanecer em silêncio. GZH tenta contato com a defesa do investigado.
Comunidade abalada
Silvia mantinha a floricultura há pelo menos duas décadas no município. Na cidade, era conhecida pela dedicação que tinha à profissão. A Esquina das Flores fica em uma área extensa, que ocupa praticamente uma quadra na Rua Carlos Antônio Bender. Ela mantinha somente o estabelecimento ali e morava em outro local, com o atual companheiro, o arquiteto Carlos Rogerio Weber. Silvia já tinha sido casada anteriormente, relacionamento do qual nasceu o filho, mas tinha se separado havia cerca de três anos.
O caso deixou a comunidade abalada e intrigada com os motivos que levaram ao crime. O prefeito de Estância Velha, Diego Francisco, recorda da amiga como uma pessoa amável e que era preocupada com cada um dos clientes.
— Uma pessoa muito conhecida e querida na cidade. Realmente se importava em deixar a cidade mais bonita. A comunidade não aceita essa morte — disse, logo após o crime.
Fonte: GZH
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