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Pesquisa revela que 80% dos casos de autismo no RS são do sexo masculino
Uma pesquisa inédita sobre as características das pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) no Rio Grande do Sul foi apresentada pelo governo do Estado nesta terça-feira (24), em cerimônia no Palácio Piratini. Capitaneado pela Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiência e de Altas Habilidades no Rio Grande do Sul (Faders), o levantamento é o primeiro conjunto de dados estatístico do país sobre a população autista e será usado para a elaboração de políticas públicas em parceria com prefeituras.
De acordo com a diretora técnica da Faders, Ana Flávia Beckel Rigueira, as informações foram coletadas durante a confecção das Carteiras de Identificação do Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), realizadas entre junho de 2021 e março deste ano. A pesquisa reuniu, ao todo, dados de 4.074 pessoas.
— Nossa intenção é criar um grande banco de dados sobre o público autista, atualizando a pesquisa sempre em abril, que é o mês de conscientização sobre o tema. Os dados serão disponibilizados de forma regionalizada por Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) e também por municípios, possibilitando que estes também desenvolvam políticas com base na sua realidade local — detalha.
A pesquisa, divulgada nesta terça, revela que 80% dos casos de autismo no Estado são do sexo masculino — confirmando, assim, estudos internacionais que apontam para que a cada quatro meninos, uma menina é diagnosticada com a doença. Sobre o diagnóstico, 75% tiveram a confirmação do espectro autista até os cinco anos de idade, o que, segundo os pesquisadores, evidencia a importância da avaliação precoce. Além disso, 25% das pessoas diagnosticadas têm algum familiar com autismo. O levantamento ainda traz dados sobre a renda dessas famílias, a situação escolar e a presença no mercado de trabalho.
— Chamou muito a nossa atenção o percentual de diagnóstico precoce, além de que apenas 15% utilizam o passe livre intermunicipal, sendo que o público que pode se beneficiar da isenção é muito maior — observa Ana Flávia.
A Ciptea foi instituída pelo governo do Estado em 2021 e garante acesso aos direitos das pessoas com deficiência, além de reunir dados importantes para atendimento médico em caso de urgência. Até agora, mais de 5 mil carteiras foram expedidas pela Faders.
Fonte: GZH
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