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Polícia

Paciente que usava camiseta do Bolsonaro é impedido de entrar em ambulância em Santa Maria

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A Polícia Civil vai investigar o caso de um paciente do Hospital Casa de Saúde que foi proibido de entrar em uma ambulância vestindo a camiseta do presidente Jair Bolsonaro. Segundo o paciente, ele foi obrigado a trocar de camiseta com o irmão, que o acompanhava, para poder ir fazer um exame solicitado por médicos em outro hospital da cidade. O caso aconteceu em 18 de fevereiro, mas foi registrado na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) na tarde desta segunda-feira, após o paciente receber alta e se restabelecer.

Conforme o relato de Saint Clair de Oliveira Padilha, 55 anos, ele começou a passar mal em 13 de fevereiro, e foi internado na Casa de Saúde um dia depois. No dia 18, um médico solicitou uma tomografia. Durante o deslocamento para a ambulância da prefeitura, Padilha teria recebido o recado do motorista, ainda dentro do hospital, mas achou que era uma brincadeira.

Paciente que usava camiseta do Bolsonaro é impedido de entrar em ambulância em Santa Maria – Imagem ilustrativa

– A enfermeira chegou no quarto, me encaminhou em uma cadeira de rodas em direção ao veículo e um rapaz que estava de luvas e sem máscara falou “tu não vai poder embarcar na ambulância”. Até então eu achei que era uma brincadeira. Achei que podia ter me confundido com alguém. Quando chegamos na porta, e eu fui descer da cadeira, ele disse: “estou falando sério, o senhor não vai poder embarcar na ambulância porque o senhor tem que trocar de camiseta”. Eu perguntei: “mas moço, por quê?” A enfermeira ainda disse assim: “é necessário?” E ele disse: “A minha ambulância é para carregar doentes, e não políticos vagabundos”. E eu respondi. “Eu não sou nem político nem vagabundo”. Ele ainda abriu a porta de trás da ambulância e eu tive que troca de camisa com meu irmão – relatou Padilha.

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O paciente ainda afirma que irá até a prefeitura para reclamar junto à Ouvidoria:

– Fiquei internado até dia 24, uns dias em casa até me recuperar, e na segunda-feira consegui ir na delegacia para registar (o Boletim de Ocorrência). Amanhã, vou na prefeitura reclamar na Ouvidoria. Tenho que reclamar para que isso não se repita. Se eu estivesse sangrando, ele me deixaria para morrer? – desabafou o paciente.

Em nota, a prefeitura de Santa Maria informou que “tomou conhecimento sobre o fato e já apura internamente o ocorrido. Agora, aguarda o recebimento do Boletim de Ocorrência via Ouvidoria para, então, fazer a verificação legal e tomar as medidas administrativas cabíveis, se for o caso. O assunto será tratado, a partir da oficialização da denúncia, pela Controladoria Geral do Município (CAGEM).”

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