Polícia
Menino de 11 anos é morto a tiros e depois atropelado em BH
O garoto foi baleado na noite deste domingo (31), quando brincava na porta da casa de uma tia, no bairro São Salvador, também em Betim.
Nesta segunda-feira (1º), a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o motivo da morte da criança. Os investigadores traçaram três linhas de investigações: a de que o motivo dos disparos tenha relação com a guerra do tráfico de drogas entre grupos rivais, os atiradores terem confundido a vítima ou o envolvimento de algum parente da criança com o tráfico.
O crime chocou os moradores da rua. Testemunhas disseram à polícia que um carro passou pelo local e os ocupantes atiraram em direção à criança.
Quando a PM chegou a socorrer a criança, mas ela não resistiu. Ainda de acordo com os militares, um homem foi baleado no tiroteio. A PM encontrou o homem ferido no Hospital Regional de Betim.
De acordo com o boletim de ocorrência, o homem tinha ligação com o tráfico de drogas. A polícia Militar (PM) também não sabe o motivo que a criança foi baleada. Ninguém foi preso.
O corpo de Ayslan Mateus Benício Alvim Lopes, de 11 anos, morto a tiros e depois atropelado duas vezes, enquanto brincava na rua, na noite de domingo, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi enterrado no fim da manhã desta terça-feira (2), no Cemitério Municipal Parque Retiro da Saudade, no bairro Citrolândia.
Antes do sepultamento, a tia da criança, a empregada doméstica Amanda Alvim Lopes, fez um desabafo ao conversar com a TV Globo.
“O meu sobrinho não era bandido. Eu só quero ressaltar uma coisa pra vocês. O meu sobrinho queria andar de bicicleta, correr atrás dos papagaios dele, brincar com o meu filho de bola, seja lá o que for, ele queria viver. Ele não conhecia marginal, porque a nossa família não é envolvida com bandido, não, entendeu? A gente quer justiça. Se a justiça dos homens não for feita tem a justiça de Deus, lá de cima”.
Amanda disse à reportagem como o crime aconteceu.
“A gente estava sentada na rua, eu, a mãe dele, o meu marido, os nossos amigos lá sentados e, de repente, a gente ouviu barulho parecendo de foguetes. A gente pensou que fosse normal, mas a gente viu os tiros vindo, todo mundo gritando: ‘É o Leo, é o Leo!’. Até então, Leo é o meu filho. Fomos chegar perto e não era o meu Leo, era o Ayslan, o nosso Ayslan. Os caras voltando dando tiro, eles não pararam. Não vi quem é, não sei… Desespero de família, ninguém vê nada”, relembra.
A tia de Ayslan ainda contou uma barbárie. Segundo ela, o menino foi atropelado duas vezes depois de baleado.
“E passaram em cima dele ainda, na volta, eram dois carros. A gente pegou ele no chão, estava vivo ainda, agonizando no chão. O Samu chegou muito rápido, graças a Deus, só que quando chegou na ambulância ele não resistiu”.
O mecânico Renato Alvim, que também é tio de Ayslan, pediu por paz:
“A única coisa que vamos esperar agora é a justiça de Deus, entendeu? A única coisa que é certa é a justiça de Deus e pedir paz para o Citrolândia. Só isso que eu peço para o Citrolândia, o que a gente está precisando aqui é paz”.
A escola onde o menino estudava publicou uma nota nas redes sociais lamentando a perda. A mãe de Ayslan também trabalha como professora na mesma instituição.
Créditos: G1
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