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‘As ruas de Roma estão vazias’, diz erechinense que mora na cidade italiana; país declarou quarentena

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Gaúcha de Erechim, a jornalista Andressa Collet, de 40 anos, mora em Roma, na Itália, e relata que a rotina do país mudou após as restrições de circulação em função do novo coronavírus. “Na terça mesmo, andei na rua, indo para o trabalho. As ruas de Roma estavam vazias. Parecia um domingo de manhã. Poucos turistas, pouca movimentação no trânsito”, contou.

Andressa mora há 15 anos, com o marido, paranaense, e o filho, nascido em Roma no país europeu.

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A Itália é o país com o maior número de casos da doença fora da Ásia. Na segunda-feira (9), o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, endureceu as restrições na circulação em todo o território italiano para tentar conter a crise gerada pelo novo coronavírus. Antes, apenas o Norte do país estava em quarentena.

Andressa com o marido e o filho na Praça São Pedro, no Natal de 2018 — Foto: Arquivo pessoal

Nesta quarta (11) novas medidas foram anunciadas. Agora, bares, salões de beleza, comércios e estabelecimentos que não puderem garantir um metro de distância entre clientes não poderão abrir. Apenas mercados, farmácias, bancos, correios e seguradoras permanecem abertos.

Andressa afirma que os mercados e farmácias estão com filas.

“O Marcelo [marido] foi ao mercado hoje e eles estão controlando todos que entram e saem. Quando um sai, o próximo entra. Na entrada também estão distribuindo luvas. Nos caixas, as pessoas precisam ficar um metro de distância das outras. Mas tem abastecimento de produtos”, relata.
Andressa é jornalista da rádio do Vaticano e diz que até esta terça os funcionários estavam trabalhando normalmente. “A partir desta quarta fomos liberados para trabalhar remotamente. Quem tem filhos pode ficar em casa. As demais estão trabalhando lá pois temos programas para gravar e colocar no ar”.

O filho Leonardo, de dois anos, está em casa desde o final da última semana, já que as escolas e universidades foram fechadas. “Estávamos tendo que nos dividir, eu e meu marido, que é jogador de futsal, para ficar em casa com ele. Agora, estamos os dois em casa”, diz.

O campeonato nacional de futsal, do qual o marido de Andressa participa, foi cancelado. “Ele não está indo nem nos treinos”, afirma.

Pegos de surpresa

Andressa conta que, mesmo sendo jornalista e cobrindo as notícias sobre o coronavírus, a situação parecia muito distante da realidade do país.

“Nunca imaginávamos que ia chegar até a gente. Aí veio até o Norte do país, então pensávamos que ia ficar por lá. Quando começaram a fazer as áreas de isolamento e aumentar para todo país, fomos pegos de surpresa”, diz.

Segundo ela, o que mais preocupa são os idosos, faixa etária que tem mais riscos. “A Itália é considerada um país com alto índice de idosos, então essas restrições severas servem para conter essa difusão”, explica.

Andressa diz que boa parcela dos jovens que vivem no país estão despreocupados. “Eles dão entrevistas dizendo que é algo que não afeta eles”, destaca.

A jornalista conta que, apesar da situação do país, a família está bem e não pretende sair da Itália.

“Minha irmã de Porto Alegre, quando saiu a restrição no Norte, me ligou com medo e pedindo pra voltar. Tive que rir! Nossa vida é aqui, agora. Nossa família, trabalho e projetos. Estamos todos no mesmo barco, e vamos enfrentar a tempestade e passar por ela, todos juntos!”, enfatiza.

Registro feito do almoço em família nesta quarta-feira (11) — Foto: Arquivo pessoal

Costumes e prevenção
Algo que chamou a atenção da jornalista foi o fato dos italianos estarem saindo de luvas. “Eu, como vim do RS, sempre tive o hábito. Mas vejo que eles não tinham e agora estão começando a usar. Também estão saindo com muitas mantas, máscaras. Só os olhos de fora”.

Ela conta que nos transportes públicos é comum uma pessoa que tosse ser olhada “com cara feia”. “Sentia um olhar fulminante quando alguém tossia”.

A jornalista relata que antes do isolamento em casa, a família se prevenia sempre. “Lavando as mãos mil vezes. Álcool gel em casa, na bolsa e no trabalho. Se policiando muito para não colocar as mãos no rosto, e tentar se distanciar das pessoas”.

“No trabalho, o policiamento de contato entre brasileiros, tão acostumados a estarmos próximos, foi difícil reacostumar”
Agora, o máximo que a família faz é ir ao mercado. “Antes íamos ao parquinho, agora vamos usar a sacada para ficar com o nosso filho”.

Apesar de todas as restrições, Andressa faz questão de dizer que eles estão aproveitando o momento juntos e estão bem. “Estamos fazendo todas as refeições juntos, algo que não fazíamos. Então estamos serenos, nos cuidando e super tranquilos”, finaliza.

Créditos: G1

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