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Adriano da Nóbrega, suspeito de envolvimento no caso Marielle, é morto em operação policial

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O ex-policial militar Adriano Magalhães da Nóbrega foi morto na manhã deste domingo, 9 de fevereiro, durante uma operação policial na cidade de Esplanada, na Bahia. O Capitão Adriano, como era conhecido, é apontado como líder de uma milícia em Rio das Pedras (na zona oeste do Rio de Janeiro) e estava foragido da Justiça fluminense há pouco mais de um ano por conta de crimes que envolvem grilagem de terras, cobrança irregular de taxas à população e receptação de mercadoria roubada. O miliciano também era apontado como um dos líderes do grupo de matadores de aluguel conhecido como Escritório do Crime, ao qual supostamente fazia parte o ex-PM Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora carioca Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes, em março de 2018. Adriano da Nóbrega também teve seu nome ligado ao escândalo do esquema chamado de rachadinha do gabinete do então deputado estadual e hoje senador Flavio Bolsonaro.

O ex-capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega.

Flávio Bolsonaro (à esq.) e Fabrício Queiroz
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Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, Adriano da Nóbrega passou a ser monitorado por equipes da Superintendência de Inteligência desde que receberam informações de que ele estaria buscando esconderijo no Estado. Na manhã deste domingo, o ex-PM foi localizado na zona rural da cidade de Esplanada, e as a polícia realizou uma operação para prendê-lo. Houve troca de tiros durante a tentativa de prisão, e Nóbrega foi ferido. A Secretaria afirma que o ex-policial militar chegou a ser socorrido e levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

“Procuramos sempre apoiar as polícias dos outros Estados e, desta vez, priorizamos o caso por ser de relevância nacional. Buscamos efetuar a prisão, mas o procurado preferiu reagir atirando”, afirma o secretário Maurício Teles Barbosa. Uma pistola austríaca calibre 9mm e outras três armas de fogo foram encontradas na casa onde Adriano da Nóbrega estava, segundo a polícia.

O ex-policial militar teve seu nome envolvido em dois escândalos sob investigação que estampam os jornais há mais de um ano: o assassinato de Marielle Franco e o suposto esquema da rachadinha no gabinete do hoje senador Flavio Bolsonaro, quando ele ainda era deputado estadual do Rio de Janeiro. A relação entre a família do presidente e o ex-PM é antiga. Adriano da Nóbrega já foi homenageado por Flavio Bolsonaro quando estava preso por homicídio, em 2004.

Embora o nome de Adriano não conste no inquérito que apura a morte da vereadora, ele vinha sendo relacionado ao assassinato por ser apontado como chefe do Escritório do Crime. Acusado dos assassinatos de Marielle e Anderson, o ex-PM Ronnie Lessa responde por efetuar os disparos que mataram a vereadora e o motorista, enquanto o ex-policial militar Élcio Queiroz é acusado de dirigir o carro que o transportava e auxiliá-lo na execução. Lessa, por sua vez, é suspeito de pertencer ao Escritório do Crime, um grupo de matadores que atua no Rio de Janeiro. As investigações sobre o caso envolvem uma trama repleta de falhas. À época em que foi ouvido pela Polícia Civil do Rio, o Capitão Adriano disse não se recordar ao certo onde estava na noite de 14 de março de 2018.

Adriano da Nóbrega também foi vinculado às investigações do Ministério Público do Estado contra o senador Flavio Bolsonaro. A ex-mulher e a mãe do ex-Bope trabalhavam no gabinete do então deputado estadual. Existe a suspeita de que ambas eram funcionárias fantasma. Além disso, os promotores acreditam que o miliciano se beneficiava diretamente do esquema de rachadinha (o confisco de parte dos salários de funcionários) que supostamente ocorria no escritório (algo que o senador sempre negou). Em mensagem de WhatsApp trocada com a ex-companheira o miliciano diz que “contava” com o dinheiro que ela repassava a Fabrício Queiroz, então assessor do parlamentar e suposto operador do esquema.

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